Nova vacina contra tuberculose promete ser mais eficaz que a BCG
Página 1 de 1
05092011
Nova vacina contra tuberculose promete ser mais eficaz que a BCG
Cientistas trocaram gene que permite à bactéria enganar o sistema imunológico
Imagem microscópica da Mycobacterium tuberculosis, bactéria causadora da tuberculose (Thinkstock)
"Os animais que viveram por mais de 200 dias ficaram totalmente livres da bactéria, algo nunca visto antes"
William Jacobs, autor do estudo e professor de microbiologia e imunologia e genética da Faculdade de Medicina Albert Einstein
Pesquisadores da Faculdade de Medicina Albert Einstein, da Universidade Yeashiva, em Nova York, desenvolveram uma vacina contra a tuberculose que provou ser segura e eficaz em testes com animais. O mais interessante na pesquisa, que foi publicada na edição online do periódico Nature deste domingo, é a maneira como a vacina foi criada.
A pesquisa buscava determinar como a bactéria conseguia enganar o sistema imunológico e provocar a doença. Os testes iniciais foram feitos usando a bactéria Mycobacterium smegmatis, diferente da que causa a tuberculose em humanos, a Mycobacterium tuberculosis. A M. smegmatis é usada nos testes por ser uma espécie próxima à M. tuberculosis e por ser letal em ratos, mas inofensiva aos humanos.
Os cientistas criaram uma versão da M. smegmatis sem um ‘pacote’ de genes chamado ESX-3, essencial para que a bactéria passe ilesa pelo sistema imunológico do hospedeiro. Injetada em altas concentrações nos camundongos, a bactéria sem o ESX-3 não conseguiu iludir as células de defesa do organismo, que acabaram com a infecção.
Mas o mesmo artifício não funcionou quando o ESX-3 foi retirado da M. tuberculosis. A saída encontrada foi tirar o pacote ESX-3 da M. tuberculosis e inserir na M. smegmatis. Essa M. smegmatis alterada novamente funcionou levando o corpo a combater a infecção. Oito semanas depois, os camundongos receberam altas doses de M. tuberculosis — capaz de matar tanto os animais como os seres humanos. Resultado: os camundongos vacinados viveram por mais 135 dias, contra 54 dos não-vacinados. "Os animais que viveram por mais de 200 dias ficaram totalmente livres da bactéria, algo nunca visto antes", afirmou William Jacobs, autor do estudo e professor de microbiologia e imunologia e genética da Faculdade de Medicina Albert Einstein.
O próprio professor Jacobs, contudo, ressalta o fato de que apenas um a cada cinco camundongos apresentou uma boa resposta do sistema imunológico, indicando que a mais pesquisas precisam ser feitas antes da vacina ser considerada eficaz. "Não sabemos se ela vai funcionar em humanos, mas com certeza é um passo significativo na busca por uma vacina mais eficiente contra a tuberculose."
A vacina BCG (Bacille Calmette-Guérin) contra a tuberculose é usada em seres humanos desde 1921, mas sua eficácia sempre foi questionada. Ela é bastante eficiente em evitar a tuberculose miliar, que gera a meningite tuberculosa, uma inflamação das membranas que revestem a medula espinhal e o cérebro, mas pouco eficaz contra a forma pulmonar da doença. Por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose mata 1,7 milhão de pessoas.
A pesquisa é importante por, além de tentar criar uma forma de imunizar as pessoas contra a tuberculose pulmonar, ter a possibilidade de ser a base de vacinas contra a lepra e outras formas agressivas de bactérias.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/nova-vacina-contra-tuberculose-promete-ser-mais-eficaz-que-a-bcg
Imagem microscópica da Mycobacterium tuberculosis, bactéria causadora da tuberculose (Thinkstock)
"Os animais que viveram por mais de 200 dias ficaram totalmente livres da bactéria, algo nunca visto antes"
William Jacobs, autor do estudo e professor de microbiologia e imunologia e genética da Faculdade de Medicina Albert Einstein
Pesquisadores da Faculdade de Medicina Albert Einstein, da Universidade Yeashiva, em Nova York, desenvolveram uma vacina contra a tuberculose que provou ser segura e eficaz em testes com animais. O mais interessante na pesquisa, que foi publicada na edição online do periódico Nature deste domingo, é a maneira como a vacina foi criada.
A pesquisa buscava determinar como a bactéria conseguia enganar o sistema imunológico e provocar a doença. Os testes iniciais foram feitos usando a bactéria Mycobacterium smegmatis, diferente da que causa a tuberculose em humanos, a Mycobacterium tuberculosis. A M. smegmatis é usada nos testes por ser uma espécie próxima à M. tuberculosis e por ser letal em ratos, mas inofensiva aos humanos.
Os cientistas criaram uma versão da M. smegmatis sem um ‘pacote’ de genes chamado ESX-3, essencial para que a bactéria passe ilesa pelo sistema imunológico do hospedeiro. Injetada em altas concentrações nos camundongos, a bactéria sem o ESX-3 não conseguiu iludir as células de defesa do organismo, que acabaram com a infecção.
Mas o mesmo artifício não funcionou quando o ESX-3 foi retirado da M. tuberculosis. A saída encontrada foi tirar o pacote ESX-3 da M. tuberculosis e inserir na M. smegmatis. Essa M. smegmatis alterada novamente funcionou levando o corpo a combater a infecção. Oito semanas depois, os camundongos receberam altas doses de M. tuberculosis — capaz de matar tanto os animais como os seres humanos. Resultado: os camundongos vacinados viveram por mais 135 dias, contra 54 dos não-vacinados. "Os animais que viveram por mais de 200 dias ficaram totalmente livres da bactéria, algo nunca visto antes", afirmou William Jacobs, autor do estudo e professor de microbiologia e imunologia e genética da Faculdade de Medicina Albert Einstein.
O próprio professor Jacobs, contudo, ressalta o fato de que apenas um a cada cinco camundongos apresentou uma boa resposta do sistema imunológico, indicando que a mais pesquisas precisam ser feitas antes da vacina ser considerada eficaz. "Não sabemos se ela vai funcionar em humanos, mas com certeza é um passo significativo na busca por uma vacina mais eficiente contra a tuberculose."
A vacina BCG (Bacille Calmette-Guérin) contra a tuberculose é usada em seres humanos desde 1921, mas sua eficácia sempre foi questionada. Ela é bastante eficiente em evitar a tuberculose miliar, que gera a meningite tuberculosa, uma inflamação das membranas que revestem a medula espinhal e o cérebro, mas pouco eficaz contra a forma pulmonar da doença. Por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose mata 1,7 milhão de pessoas.
A pesquisa é importante por, além de tentar criar uma forma de imunizar as pessoas contra a tuberculose pulmonar, ter a possibilidade de ser a base de vacinas contra a lepra e outras formas agressivas de bactérias.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/nova-vacina-contra-tuberculose-promete-ser-mais-eficaz-que-a-bcg
Tópicos semelhantes
» Gel antirretroviral aumenta expectativa sobre tratamento eficaz contra Aids
» Nova técnica promete impedir que 'A. aegypti' transmita a dengue
» Vacina contra Dengue será testada no Brasil
» 'Superanticorpo' pode resultar em vacina universal contra gripe
» Cuba registra primeira vacina terapêutica contra câncer de pulmão
» Nova técnica promete impedir que 'A. aegypti' transmita a dengue
» Vacina contra Dengue será testada no Brasil
» 'Superanticorpo' pode resultar em vacina universal contra gripe
» Cuba registra primeira vacina terapêutica contra câncer de pulmão
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|