Especialista diz que Alzheimer cresce no Brasil entre idosos, mas fatores de risco podem ser reduzidos
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26092011
Especialista diz que Alzheimer cresce no Brasil entre idosos, mas fatores de risco podem ser reduzidos
Rio de Janeiro – No Dia Mundial do Alzheimer, o médico André Palmini, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), ressalta que, embora não haja dados precisos sobre a doença, ela começa a evoluir no Brasil, como resultado do maior desenvolvimento do país. Com isso, a expectativa de vida da população tem aumentado.
Palmini lembra que o principal fator de risco do Alzheimer é a idade. “As pessoas têm vivido mais no Brasil. A população brasileira está se aproximando daquela de países mais desenvolvidos.
Isso quer dizer que o percentual de pessoas que atingem uma faixa etária acima de 70 anos ou 75 anos tem avançado proporcionalmente muito mais do que nas outras faixas etárias.”
Segundo ele, a doença está crescendo em números absolutos no Brasil, “tornando-se um problema real de saúde pública”. De acordo com o neurologista, em todo o mundo, a prevalência de pacientes com Alzheimer se aproxima da de pacientes com epilepsia, atingindo em torno de 50 milhões de pessoas.
Palmini ressalta que, no passado, a distribuição era muito desproporcional, porque os países mais desenvolvidos apresentavam maior número de casos, uma vez que as pessoas viviam mais tempo.
Hoje, essa desproporção vem diminuindo. “O Brasil passa a pertencer ao grupo de países desenvolvidos e isso se torna um problema importante”. A medicina tem tentado identificar os fatores que aumentam ou diminuem a probabilidade de pessoas idosas terem Alzheimer.
Fatores de proteção estão ligados aos hábitos intelectuais e sociais de vida, assim como à alimentação e à atividade física. Um idoso que se mostra interessado em ler, por exemplo, aumenta o que em medicina se chama de reserva cognitiva. Com isso, ele retarda o aparecimento da doença, diz o médico.
Palmini também recomenda que a pessoa cultive uma rede de amigos e tenha contato com eles com frequência. Segundo o especialista, estudos comprovam que “quanto mais limitado o círculo social do idoso, maior a probabilidade de ele ter Alzheimer. Quanto mais ampla essa rede social, maior a proteção”.
O neurologista salientou que os fatores mais caracterizados como redutores de risco do Alzheimer. são os hábitos de alimentação e atividade física.
A prioridade deve ser para uma alimentação saudável, que mantenha os níveis de colesterol e glicemia controlados. A pressão arterial também deve ser mantida sob o controle. O idoso que não fuma e pratica bastante exercícios físicos diminui o risco de ter a doença.
Hoje, no Rio de Janeiro, será lançado o DVD Alzheimer: Mudanças na Comunicação e no Comportamento, produzido pela Associação de Parentes e Amigos de Pessoas com Alzheimer (Apaz), em parceria com o serviço VideoSaúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a Kino Filmes.
A presidente da Apaz, Maria Aparecida Guimarães, disse à Agência Brasil que o objetivo é contribuir para diminuir o preconceito que existe no país em relação à doença e, ao mesmo tempo, chamar a atenção das autoridades para o crescimento do número de pacientes com Alzheimer no Brasil.
O DVD transmite aos parentes de pessoas com a doença orientações de neurologistas, psiquiatras e geriatras, além de psicólogos e musicoterapeutas, mostrando situações que podem ocorrer durante o processo de adoecimento.
“Informa e prepara a família para enfrentar essa situação, se isso vier a ocorrer”, destacou Maria Aparecida Guimarães. A programação do evento inclui oficinas com atividades que estiulem a memória e biodança, entre outras.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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