O câncer de mama é um dos tumores de maior incidência em mulheres no mundo inteiro. As estatísticas, porém, mostram que em muitos casos existe um bom prognóstico. Isto porque existem vários fatores que podem causar doença e pode até se dizer que não há um câncer de mama único.
A investigação em curso sobre este tipo de câncer têm mostrado que as interações entre os hormônios femininos (estrógeno e progesterona) e fatores de crescimento desempenham um papel decisivo na incidência do câncer de mama. Os fatores de crescimento são uma família de proteínas de baixo peso molecular que regulam a proliferação celular, entre outros efeitos.
Um estudo conduzido pela doutora Patricia V. Elizalde, pesquisadora do Laboratório de Mecanismos Moleculares da Carcinogênese do Instituto de Biologia Experimental e de Medicina (IBYME) mostrou que um receptor de fator de crescimento, localizado na membrana celular, pode estimular o desenvolvimento do tumor quando migra para o núcleo da célula.
Esse receptor é o ErbB2, uma proteína diretamente envolvida no desenvolvimento do câncer de mama associado com a falta de resposta às terapias. Assim, anuncia um mau prognóstico em tumores de mama que têm altos níveis de expressão de ErbB-2, que pode estimular o crescimento do tumor.
Estudos mostraram previamente que ErbB2 não atua apenas como um receptor de membrana, mas também pode mover-se no núcleo da célula e ligar-se ao DNA, explica a doutora Elizalde.
As células são rodeadas por uma membrana. Dentro da célula é o núcleo e o que está entre ele e a membrana é o citoplasma. Nesta membrana que envolve a célula é onde estão ancorados os receptores dos fatores de crescimento, incluindo o ErbB-2.
Embora fosse conhecido o papel do ErbB2 como um receptor de membrana e que ele pudesse migrar para o núcleo, a pesquisa realizada pela doutora Elizalde descobriu que com o efeito do hormônio progesterona, o ErbB-2 se move e vai para o coração. Está associado a proteínas que, por sua vez, estão ligadas ao DNA e aumentam a atividade dessas proteínas, o que resulta na divisão e proliferação das células tumorais de mama.
Se for bloqueada a capacidade da ErbB2 penetrar no núcleo, a equipe afirma que pode inibir o crescimento do câncer de mama. Isto já foi verificado i vitro, em células cultivadas e também em modelos experimentais de ratos.
O objetivo é Identificar em que parte da célula está licalizado o ErbB2 nos cânceres de mama e como terapia bloquear o dislocamento da proteína para o núcleo, uma vez que uma das formas que o ErbB2 usa para ordenar a divisão celular e proliferar é através da formação de complexos nucleares com proteínas reguladoras da divisão celular.
Para bloquear a migração do tumor ErbB-2 há uma ErbB2 mutante, feita pela engenharia genética.
Este mutante não afeta apenas o núcleo, mas também impede que o ErbB2 endógeno, que está presente no tumor, entre no núcleo. Ao produzir uma célula sem o ErbB2 no núcleo, eles conseguiram diminuir o crescimento de um tumor.
A estratégia prevê uma terapia nova e promissora para pacientes com câncer de mama com altos níveis de produção ErbB-2.

Fonte:http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/12728/ciencia-e-tecnologia/descoberta-proteina-relacionada-ao-desenvolvimento-do-cancer-de-mama